domingo, 12 de outubro de 2008

Cheguei...


Cheguei. Consegui meu visto J-1, objetivo principal da viagem, e isso é feliz. Mas eu diria que dessa vez eu vi a parte infernal de São Paulo. Minhas viagens anteriores tinham sido muito lúdicas, muito divertidas, etc etc. Eu sempre viajei pra lá com metas do tipo "ir ao Hopi Hari" ou "assistir Miss Saigon"... Quando você viaja com uma obrigação, você meio que precisa se ambientar e se adequar à realidade cruel do lugar que antes era só sinônimo de fantasia. Por exemplo, chegar lá 15h30 e levar 2 horas e meia pra chegar no centro da cidade... ou simplesmente ouvir do taxista "ah, se você vai pro consulado, saia umas 5:50h da manhã de casa... porque 6h já congestionou tudo e você vai se atrasar". E você perceber COMO a cidade tem demanda, porque às 5:50h da manhã já tinha fila de dobrar quarteirão lá no consulado - coisa que eu não vi no consulado de Brasília ano passado. E constatar que, de fato, 9h da manhã ta tudo congestionado, que os 180km de engarrafamento que anunciam na televisão são de verdade e que o metrô é entupido mesmo.

Não sei. Só sei que parte da minha magia e da minha vontade de ficar, morar, etc lá foram embora. Eu tava num ponto em que queria voltar no 1º dia. Tudo lá é muito "mega" e eu, que sempre gostei disso, me peguei me achando a mais coroca das velhinhas. Perdi a paciência mesmo, até pro fato de acordar de manhã e ver só prédios na minha frente. Perdi a paciência com o aeroporto de Guarulhos, que é a materialização da megalomania nacional, perdi a paciência até pra andar de avião.

Claro, nem tudo foi a minha angústia, né verdade? Saí muito com Estêvão, que foi bem companheirão esses dias, não me largou 1 minuto! Saimos com Juliano e Carol, que são lindos demais... (E, como São Paulo é a ditadora das tendências, anuncio a nova do verão, que eu experimentei ontem: McFlurry de Twix! HAHAHAHAHAHAHAHAHA!). Foi bem jóia enquanto eu não estava me sentindo acuada pela rotina e megalomania da cidade. Comemos pizza diliça, fomos em supermercados, shoppings, starbucks, ganhei de Tetê um cd de Juno, tiramos fotos, conversamos muito, tava um friozinho sucesso... enfim... deu tudo certo, foi muito bom!

Lays, o consulado é mais ou menos assim: você leva 50 quilos de documentos comprovando vínculos com o Brasil, comprovando que você tem condições pra se manter lá e aqui, comprovando que seus pais tem imóveis e afins. Você paga aqui umas 5 taxas, preenche mais uns 5 formulários, pega uma carta da agência de intercâmbio, tira foto 5x5, passaporte... leva tudo... lá você entra numa fila cretina, eles te revistam, apreendem seus aparelhos eletrônicos e checam seus documentos e te dão uma senha. Sempre é lotado, então, chegando bem de madrugada, naipe eu, você fica umas 3h lá. Eles chamam sua senha pra uma pré-entrevista, onde recolhem os documentos e o passaporte... aí mandam você ir a um banco lá pra pagar uma oooutra taxa (no caso de visto de trabalho ou estudo, turismo não)... você paga, senta e espera. Aí te chamam depois de um século pra recolher suas impressões digitais numa máquina. Depois você espera mais um século pra um cônsul americano te entrevistar. Normalmente ele confere os documentos e te pergunta meia dúzia de coisa, o que me entrevistou não me perguntou nada, mas isso é raro. Quando ele concede o visto, você vai numa agência do Sedex que tem dentro do consulado e paga a taxa de envio do passaporte, porque ele fica retido pra que o visto seja impresso. Uma facada de 53 reais (lá de São Paulo né, de Brasília foi 32... de Recife deve ser menos)... e 6 dias depois ele chega. Mais detalhado que isso, impossível! hahahahahahaha!

Fotos no meu orkut...

Beijo!

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