quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Vais-e-vens...



Hoje eu passei o dia pensando em Deborah. Não especificamente em Deborah, mas na forma como as pessoas entram e saem de nossas vidas. E como Deborah vai embora por tempo indeterminado daqui a 5 dias, ela é meio que o foco dos meus pensamentos ultimamente.

Lembro como se fosse hoje dela chegando no colégio, recém-chegada de Belém, toda tímida e branquela... lembro de como foi rápida e fácil a nossa aproximação, de como nos desentendíamos por NADA, de como fazíamos as pazes todos os dias... de como nos chamávamos de "rival grossa" e "rival imbecil", de como SEMPRE fazíamos alguma coisa nas sextas após a aula, nem que fosse assistir Ra-Tim-Bum em minha casa, comendo brigadeiro. Lembro das vezes em que ela dormia aqui e a gente se divertia fazendo videos idiotas com Tiffany. Lembro do primeiro porre que ela tomou, gentilmente oferecido por mim, e que resultou em uma noite inteira de "segura meu cabelo xuxu, que eu vou vomitar!", estando uma mais bêbada do que a outra. Lembro de nós duas numa bebedeira BRAAAAABA, deitadas no chão do prédio dela, e Mateus com um açucareiro na mão, colocando colheres de açúcar na boca de cada uma! hahahahahahahahaha! Lembro de cada choro, de cada briga, de cada conversa nesses 5 anos... E lembro de como ela SEMPRE quis bater asas, voar alto, voar longe.

Pois é. No último sábado eu descobri que minha menininha vai finalmente voar longe. Ela conseguiu o que queria, se esforçou e fez por merecer a vitória. Ela não sabe, mas me orgulho todos os dias da força de vontade que, há 5 meses atrás, numa conversa emocionada no Salvador Shopping, parecia não existir. O coração dói porque ela vai pra outro continente estudar por 3 anos, e se eu bem conheço meu gado, ela não volta mais. O xu's egocentric and posessive way of exist não quer que ela vá, óbvio... mas meu lado racional, que raramente se manifesta, está dizendo que esse caminho é o que vai fazê-la feliz, bem-sucedida, vitoriosa. E que é assim que tem que ser.

Eu não sei tirar pessoas de minha vida, mesmo sabendo que elas um dia voltarão. Eu sofro com isso. Eu sou egocêntrica/possessiva/egoísta/ciumenta/amor demais pra permitir que alguém que era tão "meu" de repente ganhe outro rumo. Foi assim com Estêvão, está sendo assim com Frazão, vai ser assim com Debi e outras tantas pessoas. Mas, apesar do meu egocentrismo, acho que essa coisa de "distância" é um processo gerador da saudade, e essa saudade faz não só o carinho, mas o valor da outra pessoa aumentar... de modo que certas distâncias tornam-se necessárias pra vitalidade de alguns relacionamentos. Afinal, a gente só valoriza quando perde, né verdade? É natural. Basta dizer que algumas das minhas amizades mais sólidas são as mais distantes.

E eu penso em quantas pessoas eu ainda vou ter que "perder"... e em quantas pessoas já "perderam" pra que eu "ganhasse"... e penso que essas perdas e ganhos acabam por fazer parte, porque a vida é dinâmica e cíclica demais... E esse ciclo é sempre surpreendente.

Vá voar, minha Debi... vá e sempre volte, porque eu vou continuar aqui te amando!

Nenhum comentário: