terça-feira, 26 de agosto de 2008

Sentir saudade é uma merda. Saudade do que [ou de quem] não se pode mais ter é horrível. E essa saudade vem pior quando o objeto da saudade é palpável, está diante de você, mas faz parte de uma seção à qual você não tem mais acesso. Hoje eu proferi palavras cujas consequências não me vejo capaz de suportar. Não agora, não hoje. Hoje eu ouvi coisas que me fazem ter dúvidas que eu não quero ter. Não sei se atribuo isso tudo à eminência das emoções e à latência dos sentimentos ou a uma saudade misturada com um inconformismo, mas é difícil. Tem dias que são extremamente difíceis, hoje foi um deles.

Trocas osmóticas me lenham. Parece que duas horas num mesmo ambiente fazem até o cheiro impregnar na roupa, na pele, no cabelo, no cérebro, em tudo... é impressionante como um simples olhar de 5 segundos ainda me deixa sem defesa, me balança, me faz deixar cair por terra tudo o que eu tinha interiorizado com tanta dificuldade em 15 dias. É impressionante a minha vontade súbita de chorar ao fazer certas constatações, como a de que pertencimentos integrais e incondicionais não me pertencem mais. Entendem?

Um dia tudo volta ao normal. Por bem ou por mal... Mas volta. E a cada dia eu me convenço de que sim, tudo tem seu tempo, sua hora e seu local. Me convenço de que o mundo gira demais e de que não só o amanhã não nos pertence, como as pessoas também não nos pertencem e as escolhas que elas fazem muitas vezes não nos competem. E que, infelizmente, conviver com essa verdade dentro do âmbito do egocentrismo humano ainda é um fardo.

O estranho é que esse sentimento é muito de momento. As vezes demora um dia inteiro pra passar, as vezes dura meia hora. Normalmente vem logo depois que eu acordo, não sei porque. Pode ser decorrente de algum distúrbio do sono ou de algum processo inconsciente que nem Freud, nem Lacan e muito menos Vinícius de Moraes (o homem mais romântico da humanidade) seriam capazes de explicar. Sei que busco conforto num meio-termo, num equilíbrio que ainda me parece muito distante... mas que sempre vem, ainda que de forma intermitente, de um jeito que só eu entendo.

Eu quero viajar logo, partir pra minha fuga temporária de tudo o que me maltrata aqui. Quero maus-tratos estrangeiros pra voltar achando tudo aqui uma maravilha - ou não! Faltam 89 dias. Mas enquanto não passa, vamos lá... Vivendo um dia de cada vez...! Pintando sorrisos, buscando melhoras, bebendo tequila! hahahahahahahaha!


"Aprendi que, não importa o quanto meu coração esteja sofrendo, o mundo não vai parar por causa disso." - Shakespeare. (texto na íntegra no meu orkut)


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